Assim não dá! Colocar a
criança num canto para pensar
Comum, sobretudo na Educação
Infantil, essa prática nada mais é que uma forma disfarçada de castigo sem nenhum caráter pedagógico,
pois retirar a criança do convívio com a turma e simplesmente isolá-la não
ataca as causas do problema que a levou até lá. Além disso, nessa fase,
as crianças já sabem usar mecanismos automáticos para resolver os problemas que
criam - como pedir desculpas ou dizer que vão mudar -, mas ainda não aprenderam que essas
estratégias de reparação têm de ser coerentes com um sentimento real de
arrependimento e disposição em transformar atitudes. É essa lógica que
impera quando um pequeno é mandado para o cantinho do castigo: assim que é punido, ele começa a
criar estratégias para sair dali, respondendo, quase sem refletir sobre o que
aconteceu, coisas como "Já pensei. Posso sair agora" e "Me
desculpe. Prometo
que não vou fazer mais isso" sem necessariamente acreditar no que está
dizendo. Para que ele entenda por que determinada atitude está errada, é
preciso que o professor o ajude em um processo de tomada de consciência.
No caso de uma briga, por
exemplo, é mais interessante colocá-lo para ouvir como o colega agredido se
sentiu. Também é preciso explicar que, quando alguém pede desculpas,
quer dizer que está arrependido de verdade. Pergunte: "É isso mesmo que
você está querendo dizer?" Dessa forma, é possível demonstrar concordância
com as regras que regem a convivência em grupo.
Consultoria Telma Vinha, especialista em Psicologia Educacional e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Em meio a tanta violência no mundo, uma das grandes
preocupações paternas se dá quando a criança começa a manifestar comportamentos
agressivos.
Todos nós,
adultos e crianças, sentimos raiva em alguma situação, que é um sentimento
honesto e normal.
Acontece que
a criança muito nova, entre dois e cinco anos, ainda não sabe lidar com emoções
mais fortes e significativas, está assimilando o que sejam regras sociais e
limites e expressa o que a incomoda de modo nem sempre aceitável pela
sociedade.
Da mesma
forma que se elogia a criança no momento em que suas atitudes são positivas, é
primordial que a repreenda quando são negativas, para que possa aprender e
diferenciar o comportamento positivo do negativo.
É claro que ela não aceitará a imposição dos
limites sem resistência e até repetindo o comportamento não aceitável para
testar a veracidade da proibição e a paciência e persistência dos adultos
responsáveis.
Para isso, ela presta muita e total atenção no
comportamento das pessoas que lhe são mais próximas e percebe se há
consistência e coerência nos limites impostos, ou seja, se vale tanto para a
mãe quanto para o pai, se é possível cumprir o determinado por eles e se é
justo o que lhe pedem.
Nunca, em
nenhum momento, independente da idade da criança, subestime sua capacidade de
inteligência e compreensão. Ela sempre estará atenta a toda atitude e comportamento dos pais e
professores para sentir confiança e segurança em seguir seus ensinamentos.
Assim, é fundamental que os responsáveis por ela
conversem entre si para que possam garantir e definir os rumos de uma educação
saudável, dos limites a ensinar, para que nunca aconteça de um deles exigir e o
outro abrir mão. A criança ficará confusa, desequilibrada emocionalmente, pois
não saberá como agir e o que se espera dela.
O que fazer,
então, quando perceber que a criança está com raiva? Em primeiro lugar, nomeie o sentimento que
a incomoda para que aprenda, dizendo-lhe abertamente que sabe que está com
raiva e que pode ajudá-la a se sentir melhor. Use palavras claras e de fácil
entendimento, sem grande argumentação, pois depois de um tempo, a criança se entendia
e desliga. Reafirme sempre o amor que sente por ela, pois seu maior medo é
perder o amor dos pais e das pessoas de quem depende e ama(professores e amigos
próximos).
Leve-a para
um ambiente seguro, que não lhe ofereça perigo de forma alguma.
De preferência o seu próprio quarto ou lugar mais tranquilo na escola.
Pegue uma almofada e peça que a use da maneira que sentir vontade, esclarecendo
que o objeto pode ser a pessoa ou a situação que a está incomodando. Resumindo,
a agressividade na criança muito nova é uma forma de expressar que algo não
está bem com ela e as pessoas ao seu redor devem ficar atentas para o que está
ocorrendo de diferente e que não está sendo aceito.
Com a
maturidade, estes comportamentos vão se rareando e tendem a desaparecer. Mas
leva tempo, muito tempo, paciência e perseverança dos adultos responsáveis pela
criança.
Por Ana
Maria Moratelli da Silva Rico
Psicóloga clínica
Psicóloga clínica
A abelha
chocolateira
Era uma vez uma abelha que não sabia fazer mel.
- Mas você é uma operária! - gritava a rainha - Tem
que aprender.
Na colméia havia umas 50 mil abelhas e Anita era a
única com esse problema. Ela se esforçava muito, muito mesmo. Mas nada de
mel...
Todos os dias, bem cedinho, saía atrás das flores de
laranjeira, que ficavam nas árvores espalhadas pelo pomar. Com sua língua
comprida, ela lambia as flores e levava seu néctar na boca. O corpinho miúdo
ficava cheio de pólen, que ela carregava e largava, de flor em flor, de árvore
em árvore.
Anita fazia tudo direitinho. Chegava à colméia
carregada de néctar para produzir o mais gostoso e esperado mel e nada! Mas um
dia ela chegou em casa e de sua língua saiu algo muito escuro.
- Que mel mais espesso e marrom... - gritaram suas
colegas operárias.
- Iac, que nojo! - esbravejaram os zangões.
Todo mundo sabe que os zangões se zangam à toa, mas
aquela história estava ficando feia demais. Em vez de mel, Anita estava
produzindo algo doce, mas muito estranho.
- Ela deve ser expulsa da colméia! - gritavam os
zangões.
- É horrorosa, um desgosto para a raça! - diziam
outros ainda.
Todas as abelhas começaram a zumbir e a zombar da
pobre Anita. A única que ficou ao lado dela foi Beatriz, uma abelha mais velha
e sábia.
Um belo dia, um menino viu aquele mel escuro e grosso
sobre as plantas próximas da colméia, que Anita tinha rejeitado de vergonha.
Passou o dedo, experimentou e, surpreso, disse:
- Que delícia. Esse é o mais saboroso chocolate que
eu já provei na vida!
- Chocolate? Alguém disse chocolate? - indagou a rainha,
que sabia que o chocolate vinha de uma fruta, o cacau, e não de uma abelha.
Era mesmo um tipo de chocolate diferente, original,
animal, feito pela abelha Anita, ora essa, por que não...
Nesse momento, Anita, que ouvia tudo, esboçou um
tímido sorriso. Beatriz, que também estava ali, deu-lhe uma piscadela,
indicando que tinha tido uma idéia brilhante.
No dia seguinte, lá se foram Anita e Beatriz
iniciar uma parceria incrível: fundaram uma fábrica de pão de mel, juntando o
talento das duas para produzir uma deliciosa combinação de mel com chocolate.
Moral da história: as diferenças e riquezas
pessoais, que existem em cada um de nós, são singulares e devem ser
respeitadas.
Fábula de Katia
Canton*, ilustrada por ionit
*com idéia de João Roberto Monteiro da Silva
*com idéia de João Roberto Monteiro da Silva
Taboão da Serra, 30 de Outubro de 2012
A autonomia do seu filho pode começar a ser adquirida a partir de meses. Aprenda a lidar com ele e a estimular o que seu pequeno tem de melhor
Paciência é essencial para que seu filho ganhe autonomia
Paciência e pulso firme: é disso que você precisa para educar seu filho e criar um heroizinho capaz de conquistar o que quiser! Como? Ensinando o pequeno a ter autonomia, oportunidades de escolha, estimulando o raciocínio e dando opções para seu filhote escolher o que é melhor, sempre com supervisão, é claro! Cleusa Beckel, pedagoga do Rio Grande do Sul, dá as dicas para cada fase:
- Nas histórias, faça-o criar outro final para estimular o pensamento e a imaginação.
- Incentive brincadeiras com massinha (comestível) ou argila. Isso estimula a criatividade e a motricidade, pois ele tem que mexer os dedos, apertar a massa e ter coordenação motora.
- Peça-lhe para dar recados e deixe-o atender o telefone.
- Mostre-lhe que há hora para falar e precisa respeitar o espaço dos outros.
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