terça-feira, 23 de outubro de 2012

Reflita...


Assim não dá! Colocar a criança num canto para pensar
Comum, sobretudo na Educação Infantil, essa prática nada mais é que uma forma disfarçada de castigo sem nenhum caráter pedagógico, pois retirar a criança do convívio com a turma e simplesmente isolá-la não ataca as causas do problema que a levou até lá. Além disso, nessa fase, as crianças já sabem usar mecanismos automáticos para resolver os problemas que criam - como pedir desculpas ou dizer que vão mudar -, mas ainda não aprenderam que essas estratégias de reparação têm de ser coerentes com um sentimento real de arrependimento e disposição em transformar atitudes. É essa lógica que impera quando um pequeno é mandado para o cantinho do castigo: assim que é punido, ele começa a criar estratégias para sair dali, respondendo, quase sem refletir sobre o que aconteceu, coisas como "Já pensei. Posso sair agora" e "Me desculpe. Prometo que não vou fazer mais isso" sem necessariamente acreditar no que está dizendo. Para que ele entenda por que determinada atitude está errada, é preciso que o professor o ajude em um processo de tomada de consciência. No caso de uma briga, por exemplo, é mais interessante colocá-lo para ouvir como o colega agredido se sentiu. Também é preciso explicar que, quando alguém pede desculpas, quer dizer que está arrependido de verdade. Pergunte: "É isso mesmo que você está querendo dizer?" Dessa forma, é possível demonstrar concordância com as regras que regem a convivência em grupo.


Consultoria Telma Vinha, especialista em Psicologia Educacional e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).



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Em meio a tanta violência no mundo, uma das grandes preocupações paternas se dá quando a criança começa a manifestar comportamentos agressivos.
Todos nós, adultos e crianças, sentimos raiva em alguma situação, que é um sentimento honesto e normal.
Acontece que a criança muito nova, entre dois e cinco anos, ainda não sabe lidar com emoções mais fortes e significativas, está assimilando o que sejam regras sociais e limites e expressa o que a incomoda de modo nem sempre aceitável pela sociedade.
Da mesma forma que se elogia a criança no momento em que suas atitudes são positivas, é primordial que a repreenda quando são negativas, para que possa aprender e diferenciar o comportamento positivo do negativo.
É claro que ela não aceitará a imposição dos limites sem resistência e até repetindo o comportamento não aceitável para testar a veracidade da proibição e a paciência e persistência dos adultos responsáveis.
Para isso, ela presta muita e total atenção no comportamento das pessoas que lhe são mais próximas e percebe se há consistência e coerência nos limites impostos, ou seja, se vale tanto para a mãe quanto para o pai, se é possível cumprir o determinado por eles e se é justo o que lhe pedem.
Nunca, em nenhum momento, independente da idade da criança, subestime sua capacidade de inteligência e compreensão. Ela sempre estará atenta a toda atitude e comportamento dos pais e professores para sentir confiança e segurança em seguir seus ensinamentos.
Assim, é fundamental que os responsáveis por ela conversem entre si para que possam garantir e definir os rumos de uma educação saudável, dos limites a ensinar, para que nunca aconteça de um deles exigir e o outro abrir mão. A criança ficará confusa, desequilibrada emocionalmente, pois não saberá como agir e o que se espera dela.
O que fazer, então, quando perceber que a criança está com raiva? Em primeiro lugar, nomeie o sentimento que a incomoda para que aprenda, dizendo-lhe abertamente que sabe que está com raiva e que pode ajudá-la a se sentir melhor. Use palavras claras e de fácil entendimento, sem grande argumentação, pois depois de um tempo, a criança se entendia e desliga. Reafirme sempre o amor que sente por ela, pois seu maior medo é perder o amor dos pais e das pessoas de quem depende e ama(professores e amigos próximos).
Leve-a para um ambiente seguro, que não lhe ofereça perigo de forma alguma. De preferência o seu próprio quarto ou lugar mais tranquilo na escola. Pegue uma almofada e peça que a use da maneira que sentir vontade, esclarecendo que o objeto pode ser a pessoa ou a situação que a está incomodando. Resumindo, a agressividade na criança muito nova é uma forma de expressar que algo não está bem com ela e as pessoas ao seu redor devem ficar atentas para o que está ocorrendo de diferente e que não está sendo aceito.
Com a maturidade, estes comportamentos vão se rareando e tendem a desaparecer. Mas leva tempo, muito tempo, paciência e perseverança dos adultos responsáveis pela criança.

Por Ana Maria Moratelli da Silva Rico
Psicóloga clínica



A abelha chocolateira




Era uma vez uma abelha que não sabia fazer mel.
- Mas você é uma operária! - gritava a rainha - Tem que aprender.
Na colméia havia umas 50 mil abelhas e Anita era a única com esse problema. Ela se esforçava muito, muito mesmo. Mas nada de mel...
Todos os dias, bem cedinho, saía atrás das flores de laranjeira, que ficavam nas árvores espalhadas pelo pomar. Com sua língua comprida, ela lambia as flores e levava seu néctar na boca. O corpinho miúdo ficava cheio de pólen, que ela carregava e largava, de flor em flor, de árvore em árvore.
Anita fazia tudo direitinho. Chegava à colméia carregada de néctar para produzir o mais gostoso e esperado mel e nada! Mas um dia ela chegou em casa e de sua língua saiu algo muito escuro.
- Que mel mais espesso e marrom... - gritaram suas colegas operárias.
- Iac, que nojo! - esbravejaram os zangões.
Todo mundo sabe que os zangões se zangam à toa, mas aquela história estava ficando feia demais. Em vez de mel, Anita estava produzindo algo doce, mas muito estranho.
- Ela deve ser expulsa da colméia! - gritavam os zangões.
- É horrorosa, um desgosto para a raça! - diziam outros ainda.
Todas as abelhas começaram a zumbir e a zombar da pobre Anita. A única que ficou ao lado dela foi Beatriz, uma abelha mais velha e sábia.
Um belo dia, um menino viu aquele mel escuro e grosso sobre as plantas próximas da colméia, que Anita tinha rejeitado de vergonha. Passou o dedo, experimentou e, surpreso, disse:
- Que delícia. Esse é o mais saboroso chocolate que eu já provei na vida!
- Chocolate? Alguém disse chocolate? - indagou a rainha, que sabia que o chocolate vinha de uma fruta, o cacau, e não de uma abelha.
Era mesmo um tipo de chocolate diferente, original, animal, feito pela abelha Anita, ora essa, por que não...
Nesse momento, Anita, que ouvia tudo, esboçou um tímido sorriso. Beatriz, que também estava ali, deu-lhe uma piscadela, indicando que tinha tido uma idéia brilhante.
No dia seguinte, lá se foram Anita e Beatriz iniciar uma parceria incrível: fundaram uma fábrica de pão de mel, juntando o talento das duas para produzir uma deliciosa combinação de mel com chocolate.
Moral da história: as diferenças e riquezas pessoais, que existem em cada um de nós, são singulares e devem ser respeitadas. 
Fábula de Katia Canton*, ilustrada por ionit
*com idéia de João Roberto Monteiro da Silva



Taboão da Serra, 30 de Outubro de 2012

Pequeno texto enviando aos pais, reflexão quanto a autonomia da criança.


Eles se viram sozinhos!

A autonomia do seu filho pode começar a ser adquirida a partir de meses. Aprenda a lidar com ele e a estimular o que seu pequeno tem de melhor



Paciência é essencial para que seu filho ganhe autonomia

Paciência e pulso firme: é disso que você precisa para educar seu filho e criar um heroizinho capaz de conquistar o que quiser! Como? Ensinando o pequeno a ter autonomia, oportunidades de escolha, estimulando o raciocínio e dando opções para seu filhote escolher o que é melhor, sempre com supervisão, é claro! Cleusa Beckel, pedagoga do Rio Grande do Sul, dá as dicas para cada fase:


30 meses a 4 anos
- Ele já pode usar copos (de plástico) e tem autonomia para se alimentar.

- Nas histórias, faça-o criar outro final para estimular o pensamento e a imaginação.

- Incentive brincadeiras com massinha (comestível) ou argila. Isso estimula a criatividade e a motricidade, pois ele tem que mexer os dedos, apertar a massa e ter coordenação motora.

- Peça-lhe para dar recados e deixe-o atender o telefone.

- Mostre-lhe que há hora para falar e precisa respeitar o espaço dos outros.
4 a 6 anos
- Desenvolva a percepção dos pequenos e a ideia de cidadania. Colete folhas, produtos reciclados e coloque-os em um saco. Faça-o adivinhar com o tato o que está pegando. Depois, use o material para produzir brinquedos e personagens.

- Peça ajuda para fazer um bolo. Pergunte a quantidade de ovos, o sabor da comida e a consistência dos alimentos.

- Deixe-o tomar banho e se vestir sozinho.

- Faça com que ele escolha um ambiente para fazer lição. Ele pode ajudá-la a organizar o quarto e a arrumar a cama.

- Nas decisões precipitadas, mostre que há alguma coisa errada, mas SEM falar o que é. Um pé de sapato trocado ou uma camiseta do avesso.

- Nunca troque ações por prêmios e brinquedos.
Depois dos 6 anos
- Mostre que ele tem liberdade para tomar atitudes e fazer escolhas, mas não pode fazer tudo o que tem vontade.

- Vá soltando as rédeas aos poucos e puxe no caso de algum escorregão, uma advertência ou mentira.

- Atividades extras são supernecessárias! Deixe-o escolher, mas faça um mix entre esporte e estudos. Uma aula de inglês e o balé ou o vôlei e a música.

- Ajude-o a organizar seu tempo mas não lote sua agenda. Crianças precisam de tempo para brincar.

- Um momento de união diária é importante! Ouça a criança e conte algum fato interessante do seu dia.

- A base já está construída. A criança vai crescer e aprimorar o que aprendeu até agora.

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br







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